Arqueólogos que trabalham na antiga necrópole de Tebas, em Luxor, descobriram achados extraordinários que iluminam a grandiosidade arquitetônica e cultural do Novo Império do Egito. Entre essas descobertas estão seções bem preservadas das paredes de fundação dos templos da rainha Hatshepsut, além da tumba próxima da rainha Tetisheri, avó do faraó Ahmose I, junto a outros artefatos significativos.
Durante as escavações lideradas pelo renomado arqueólogo e ex-ministro das Antiguidades Zahi Hawass, mais de 1.500 blocos de pedra decorados de forma intrincada foram descobertos ao redor do perímetro do templo funerário de Hatshepsut em Deir el-Bahari.
Esses blocos apresentam baixos-relevos e inscrições extraordinárias, oferecendo raras visões sobre as práticas rituais e a perícia arquitetônica da 18ª dinastia. Este período, considerado um dos mais ilustres do Antigo Egito, viu o reinado de faraós lendários, como Hatshepsut e Tutancâmon.
“Esta é a primeira vez que descobrimos um conjunto tão completo de blocos decorados, exibindo algumas das cenas mais bonitas que já encontrei”, disse Hawass em uma coletiva de imprensa. Esses relevos coloridos retratam a rainha Hatshepsut e seu sucessor, Tutmés III, realizando rituais sagrados.
O templo do vale da rainha Hatshepsut, uma das poucas mulheres faraós da 18ª dinastia que governou até sua morte por volta de 1458 a.C., foi parcialmente destruído nos séculos seguintes ao seu reinado. As escavações revelaram implementos cerimoniais enterrados sob a fundação do templo, juntamente com uma tábua de calcário inscrita com o nome de Senmut, o principal arquiteto da rainha e seu conselheiro de confiança.
Perto do templo de Hatshepsut, arqueólogos desenterraram a tumba da rainha Tetisheri, avó de Ahmose I—o rei creditado por expulsar os invasores hicsos e fundar o Novo Império do Egito. Sua tumba esculpida na rocha apresenta uma capela de tijolos de barro com abóbada, adornada com desenhos vermelhos nas paredes, com fundo de argamassa branca, refletindo as tradições artísticas e arquitetônicas da época.
A equipe de escavação encontrou poços de sepultamento contendo caixões de madeira da 17ª dinastia, decorados de forma intrincada com emblemas de penas. Nas proximidades, também foram descobertas tumbas de crianças, algumas das quais continham brinquedos, oferecendo um vislumbre comovente das vidas e costumes do Antigo Egito.
As descobertas, que vão da 15ª dinastia (1650–1550 a.C.) à 18ª dinastia (1550–1292 a.C.), destacam o papel fundamental de Luxor como berço da civilização egípcia antiga. Revelados pelo Ministério do Turismo e das Antiguidades do Egito, esses achados fazem parte dos esforços contínuos do país para revitalizar sua indústria de turismo, um setor crucial para sua economia e uma importante fonte de moeda estrangeira.