Gravuras rupestres de 10 mil anos são descobertas na Líbia

O Departamento de Polícia Turística e Proteção às Antiguidades da Líbia anunciou a descoberta de um sítio arqueológico nas Montanhas Al-Hasawna, no sudoeste do país. O local abriga um conjunto de gravuras rupestres com cerca de 10 mil anos, revelando uma rica sequência de estilos que marcaram a arte pré-histórica do deserto líbio.
A descoberta veio após um morador da cidade de Sabha comunicar à filial local do departamento sobre a possível presença de inscrições antigas na região. Após a denúncia, uma equipe técnica foi enviada ao local para averiguação.

As gravuras encontradas incluem representações típicas de diferentes fases da arte rupestre do Sahara, como os estilos das Cabeças Redondas, do Búfalo, dos Bovídeos, do Camelo e do Cavalo. Esses períodos refletem não apenas mudanças na fauna e no ambiente da região ao longo dos milênios, mas também transformações culturais e simbólicas dos grupos humanos que ali viveram.
Para realizar a inspeção, participaram representantes de diferentes instituições arqueológicas da Líbia, entre eles o vice-chefe da filial de Sabha, especialistas das filiais de Sabha e Ubari, dois técnicos da Autoridade de Antiguidades de Fezzan e o chefe do Departamento de Arqueologia da Universidade de Sabha. A avaliação preliminar confirmou o valor científico e histórico das gravuras.
Diante da importância do achado, o Departamento de Polícia Turística mobilizou equipes e unidades de proteção ao patrimônio cultural no sul do país para monitorar e proteger o sítio. O objetivo é prevenir atos de vandalismo e possíveis tentativas de saque, ameaças frequentes a locais arqueológicos em áreas remotas da Líbia.

A descoberta reforça o potencial arqueológico ainda inexplorado do território líbio, especialmente em regiões desérticas como a de Al-Hasawna, onde as mudanças climáticas ao longo do tempo preservaram valiosos registros da ocupação humana pré-histórica.