Cientistas russos revelaram os restos incrivelmente bem preservados de um bebê mamute de 50.000 anos, descoberto neste verão no permafrost em degelo da remota região de Yakutia, na Sibéria. Nomeada “Yana”, em homenagem à bacia do rio onde foi encontrada, a mamute é considerada o espécime mais intacto de sua espécie já registrado.
Yana pesa mais de 100 kg e mede 120 cm de altura por 200 cm de comprimento. Pesquisadores estimam que ela tinha cerca de um ano de idade quando morreu. Antes desta descoberta, apenas seis mamutes preservados de forma semelhante haviam sido encontrados no mundo — cinco na Rússia e um no Canadá.
A descoberta ocorreu na Cratera de Batagaika, a maior cratera de permafrost do mundo, por moradores locais que se depararam com a carcaça parcialmente descongelada.
“Eles estavam no lugar certo na hora certa”, disse Maxim Cherpasov, chefe do Laboratório do Museu do Mamute Lazarev. Agindo rapidamente, os moradores improvisaram uma maca para retirar Yana do permafrost.
Cherpasov observou que partes do corpo, como a tromba, frequentemente são as primeiras a serem devoradas por predadores ou aves. Contudo, apesar dos membros dianteiros terem sido consumidos, a cabeça de Yana permanece excepcionalmente bem preservada.
Gavril Novgorodov, pesquisador do Museu do Mamute Lazarev, sugeriu que Yana provavelmente ficou presa em um pântano, o que ajudou a preservar seu corpo por dezenas de milhares de anos. Atualmente, Yana está passando por análises na Universidade Federal do Nordeste, em Yakutsk, onde os cientistas buscam determinar a linha do tempo exata de sua vida e morte.
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Yana é um dos vários achados pré-históricos revelados pelo derretimento do permafrost na Sibéria, uma consequência das mudanças climáticas. No mês passado, cientistas da mesma região exibiram os restos parcialmente mumificados de um tigre-dente-de-sabre, com cerca de 32.000 anos. No início deste ano, também descobriram a carcaça de um lobo de 44.000 anos.