A busca por vida alienígena está intimamente ligada à procura por planetas habitáveis. Astrônomos estão concentrados nos exoplanetas, procurando por substâncias químicas na atmosfera que possam indicar a presença de civilizações avançadas. Essas substâncias, conhecidas como tecnossinaturas, incluem compostos como os produzidos na Terra pela queima de combustíveis fósseis. Recentemente, uma equipe de pesquisadores tem investigado se os Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (PAHs) poderiam servir como tecnossinaturas detectáveis.
Ao longo dos anos, cientistas desenvolveram diversos métodos para procurar civilizações avançadas. Esses métodos vão desde a análise de estrelas em busca de sinais de rádio ou pulsos de laser incomuns até a busca por água como um possível marcador de vida. Apesar desses esforços, nenhuma evidência definitiva foi encontrada até agora. Projetos como o Search for Extraterrestrial Intelligence (SETI) têm utilizado alguns dos radiotelescópios mais poderosos do mundo para captar sinais, enquanto estudos das zonas habitáveis de exoplanetas têm procurado sinais de água que poderiam sugerir a presença de vida.
Uma equipe de pesquisa liderada por Dwaipayan Dubey tem investigado o potencial de usar Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (PAHs) como um método alternativo na busca por vida extraterrestre. Os PAHs ganharam atenção generalizada pela primeira vez quando foram detectados em um meteorito marciano, despertando grande interesse.
Esses hidrocarbonetos são subprodutos conhecidos de atividade biológica, e sua presença em meteoritos marcianos sugeriu a possibilidade de vida em algum momento da história de Marte. Embora o debate sobre suas origens continue, a equipe de Dubey acredita que a busca por PAHs nas atmosferas planetárias poderia fornecer pistas cruciais sobre a existência de civilizações avançadas.
Os Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (PAHs) estão presentes no espaço, frequentemente encontrados no meio interestelar, mas muitos estão intimamente ligados à atividade biológica. A equipe de pesquisa tem se concentrado em identificar hidrocarbonetos com seções de choque de absorção mensuráveis em atmosferas de exoplanetas semelhantes à da Terra. Uma seção de choque de absorção quantifica a probabilidade de detectar processos como o espalhamento de partículas, tornando-se uma métrica fundamental para identificar potenciais bioassinaturas ou tecnossinaturas.
Utilizando o Observatório de Mundos Habitáveis, com espelho de 8 metros, a equipe selecionou hidrocarbonetos específicos—Naftaleno, Antraceno, Fenantreno e Pireno—como candidatos para detecção devido às suas propriedades de absorção distintivas.
Com base nas concentrações de PAHs na Terra, a equipe observou uma leve redução nesses hidrocarbonetos desde a revolução industrial. Com esse entendimento, eles realizaram simulações considerando uma ampla faixa de concentrações para avaliar a viabilidade de detectar uma civilização semelhante à da Terra. O estudo também analisou a arquitetura de telescópios, destacando como espelhos maiores melhoram a resolução e a capacidade de coleta de luz. Apesar dessas vantagens, os resultados foram menos promissores do que o esperado.
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A análise revelou que, mesmo telescópios com aberturas de 6m, 8m ou 10m não teriam a relação sinal-ruído necessária para resolver as assinaturas espectrais das quatro moléculas-alvo. Especificamente, a detecção de assinaturas de PAHs na faixa de 0,2 a 0,515 μm usando grandes telescópios terrestres foi considerada inviável.
Embora o estudo não tenha produzido um resultado positivo, ele ressalta a importância dos resultados negativos na pesquisa científica. Essas descobertas fornecem insights valiosos para o aperfeiçoamento das técnicas de detecção. Esforços futuros exigirão medições adicionais em laboratório e avanços tecnológicos, possivelmente abrindo caminho para a identificação de nossos primeiros vizinhos cósmicos.